quinta-feira, 26 de março de 2009

split up



esse maluco dissecou as pistas originais de superstition do stevie wonder e descobriu que a linha de clavinet mais famosa do mundo é feita de 6 partes diferentes. é gênio ou não é, o little stevie?

terça-feira, 24 de março de 2009

O Amor nos Tempos do Cólera




e, pela primeira vez segurou na sua mão. puxou-a para o seu corpo e a levantou. podia jurar que ouviu seu coração batendo em descompasso. buscou pelo chão os cadernos, livros e canetas que haviam caido. no meio de suas coisas ficou um caderno de anotações. quando se tocou, ela havia sumido. a questão era: ler tudo que estava escrito naquele caderno aproximaria ou distanciaria a possibilidade de poder encontrá-la novamente e perguntar pelo menos seu nome. resolveu a parada e fechou o caderno. uma freada brusca e rente o acordou de seus sonhos. foi correndo ver o que tinha acontecido. uma menina deitada, silenciosa, o outono esvoaçando sua saia. pôde quase ver o sorriso que havia encontrado faz pouco na outra esquina. dia seguinte: foi se despedir. não sabe por que. mas foi. vestiu uma camiseta branca, a calça nova e comprou flores do campo. tudo como queria no seu próximo encontro. estendeu-lhe as flores, deu um beijo carinhoso em seu rosto, disse quem era e que não conseguia parar de pensar nela, que não havia dormido direito e que precisava vê-la novamente. discretamente, devolveu seu caderno de anotações. e soube seu nome. esperou todos irem embora, já era tarde e um vento frio vinha do lado sul. a garoa começou a descer forte. era hora de ir também. pegou seu estilete, dirigiu-se à lápide, e ao lado do nome dela riscou o que tinha sido riscado em seu coração naquele encontrão da tarde passada: - por um momento, mínimo que seja, você foi o amor da minha vida. valeu.

mindthegap





salve! Estou pra falar disso já faz um tempo. A cidade está cheia desses. São as mesmas linhas onde antes rolava a campanha pelo ateísmo. pois é.. e já deu confusão:  Alguns dizem q é um caso típico de propaganda enganosa. 

vc simplesmente não tem como afirmar q deus existe.

por sinal, 
nem mesmo afirmar q não. talvez por isso, marotamente,  o anúncio anterior dizia: probably
mas parece q a entidade q regula a coisa decidiu deixar eles lá. 

eu as vezes tenho dificuldade de entender a lógica inglesa 
com algumas coisas são extremamente inflexíveis, com outras são ridiculamente liberais. 

não posso fazer fotos com meu tripé pq dizem q eh perigoso. alguém pode tropeçar e se machucar!! mas se vc for um cachorro pode fazer o q quiser. ateh andar de metrô e busão sem coleira ou nada. eh uma nova versão do 'cachorro tb eh gente'   

outro dia o Stephen Fry comentando sobre como os ingleses gostam de falar mal dos americanos disse o seguinte: pelo menos lá quando alguém diz "only in America" está se referindo a algo de extraordinário. aqui quando alguém diz "only in Britain" vc já sabe o q quer dizer.

eu já desisti de entender faz tempo..

abs!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Peça pelo número







“Praga é um lugar onde a vida corre através duma propensão estreita entre a existência mundana e supramundana, e não há outro local onde esses dois mundos fiquem tão perto...”
Gustav Meyrink, escritor austríaco

Praga é a capital e a maior cidade da República Checa, situada na margem do Vltava. Conhecida como "cidade das cem cúpulas", é um dos mais belos e antigos centros urbanos da Europa, famosa pelo extenso patrimônio arquitetônico e rica vida cultural.

Esse esplendor se contrapõe a uma grande quantidade de mendigos que esmolam pela cidade. Durante o regime comunista, isso não acontecia, pois era considerado ilegal não ter um lugar para morar (solução simples para o problema: não tem onde morar? Teje preso!)
Após o fim do bloco soviético e a ‘Revolução de Veludo’ (que separou a República Checa da Eslováquia) isso mudou, hoje estima-se que hajam 5000 sem teto pelas ruas de Praga.
O que chama muita atenção é nesses mendigos é o modo como eles pedem; sempre prostrados de joelhos e com o rosto virado para o chão, quase que em uma prece. É algo que impressiona bastante.

Não sei se pela proibição do passado ou quem sabe só pela vergonha mesmo, mas eles não falam e nem olham nos olhos de quem passa, apenas ficam ali com um recipiente nas mãos esperando uma moeda. Quando vi um deles usando um copo do McDonald’s, me pareceu muito simbólico, era um momento que o regime comunista ainda pairava no ar, mas as corporações estavam entrando com fé no “mercado novo”.

Depois, comecei a reparar que vários outros mendigos também usavam os copos com arcos dourados... Seria só pela vasta oferta desses nas lixeiras ou os caras estavam fazendo um protesto - silencioso, como a própria mendicância?

sexta-feira, 20 de março de 2009

remistura

no final dos anos 70, uns djs invocados de novayork começaram uma brincadeira que talvez não tivessem noção de onde ia dar.
o back to back consisitia em tocar um trecho instrumental de um vinil e, assim que o(s) compasso(s) se fechasse(m), soltar exatamente a mesma parte, do começo, em um outro vinil igual, criando assim um loop que duraria o quanto a vontade e a habilidade do dj deixassem.
não por acaso o aparelho tecnológico que possibilitava essa manobra - além é claro dos dois tocadiscos - chamava-se mixer.
um misturador, que a princípio foi inventado para suprimir a pausa entre uma música e outra enquanto o dj trocava o disco. assim a discotecagem seria muito mais fluída e a dança nonstop.
quando caras como kool herc, grandmaster flash e afrika bambaataa sacaram que não precisavam esperar a música acabar pra passar o crossfade pro outro lado, deram início a um processo irreversível que hoje é denominado como cultura do remix.
logo, produtores antenados começaram a produzir versões destinadas à nova maneira de tocar desses djs e aquilo que eles faziam "na unha" e ao vivo passou a ser feito em estúdio.
com o advento do sampler, o processo ganhou um aliado poderoso. agora podia-se remixar não apenas um ou dois, mas vários trechos de músicas diferentes para criar uma nova. na mão de grupos como de la soul, public enemy, nwa e de produtores da nova música eletrônica o instrumento ganhava status de imprescíndivel, tal como a guitarra para o rock.
a revolução causada por essa nova maneira de se fazer música não foi pequena. agora a música não era mais feita a partir de sua estrutura mínima, a nota musical, e sim a partir de trechos de outras músicas ou gravações que eram recombinadas para dar origem a uma nova obra, híbrida, que guardava semelhanças com os elementos originais, mas que definitivamente soava como algo novo, diferente e único.
isso fundiu a cabeça de muita gente, bem mais do que quando os tropicalistas inventaram de botar guitarra na mpb. acusações de que aquilo não passava de mero plágio ecoam até os dias de hoje e estão na origem da grande polêmica sobre direitos autorais que estamos vivendo. estamos cansados de ouvir falar de artistas que "não deixam" samplear suas músicas ou "exijem" quantias absurdas de dinheiro para liberará-las. as aspas acima não são à toa. hoje em dia todo mundo sabe que "não deixar" samplear uma música é tão eficaz quanto tentar impedir o download e a troca de arquivos na internet.
mas bem antes do aparecimento da grande rede, o remix, iniciado lá atrás nos back to backs, já havia evoluído muito e alçado djs ao estrelato, ganhando fortunas para rearranjar as músicas de outros artistas. com a popularização dos programas de audio, cada vez mais gente se aventurava na tarefa de modificar canções de outros. mas ainda havia mais por vir.
a cultura do remix, já bem estabelecida, deu um novo salto com o surgimento da web e o advento de um novo tipo específico de remix: o mashup. inicialmente chamado de bastard pop, o mashup consistia em pegar duas ou mais músicas existentes e misturar uma com a outra, criando uma combinação inusitada. pode ser com a base instrumental de uma junto com apenas os vocais de outra, pode ser juntando-se as partes instrumentais das duas, ou juntando trechos de várias músicas ao longo de uma faixa inteira, como faz o girl talk por exemplo. seja lá como for, cria-se uma música nova a partir de outras. não mais de pequenos trechos como no caso do sample, mas de longos trechos ou da música inteira.
um exemplo de mashup que se tornou um clássico do gênero é o do dj allen dean, juntando rapture do blondie com riders on the storm do the doors. é como se a música tivesse sido originalmente composta daquela forma. a base instrumental é do blondie, mas na hora em que debbie harry começaria a cantar quem entra é jim morisson. debbie só entra na parte do rap fazendo a música soar como um dueto entre duas das maiores estrelas da história do rock.
com o impulso da internet o mashup logo saiu do campo estrito da música e invadiu as artes gráficas, o cinema, os quadrinhos e, hoje, praticamente qualquer coisa. videos do youtube são misturados entre si, fotos são fundidas, quadrinhos de um autor como se fossem desenhados por outro, enfim, o limite é dado apenas pela imaginação dos mashupeiros. a idéia por trás da idéia é simples: tudo que existe em matéria de cultura humana pode ser remisturado, rearranjado, reestruturado, reorganizado para criar a partir do que já foi criado. esqueça direitos autorais. na cultura do mashup a arte é propriedade da humanidade e existe para ser transformada. e faz parte do processo dar os devidos créditos do material original utilizado. a graça está justamente em as pessoas saberem o que eram os originais para entender o mashupado. na verdade, quase sempre, o mashup é uma espécie de homenagem aos artistas originais e até agora não ouvi falar de ninguém que tenha ficado rico fazendo mashup. o mashup é oferecido de graça na internet da mesma maneira como foram obtidas as fontes originais, e está lá para ser também usado e transformado. se hoje se diz que é impossível fazer algo realmente novo nas artes, o mashup está aí pra negar e confirmar isso ao mesmo tempo. tudo que é sólido desmancha na rede e tudo que se desmancha se re-solidifica em algo novo. nada se cria, tudo se transforma. lavoisier nunca foi tão atual. viva a cultura do mashup.




































os exemplos de mashups que eu coloquei acima foram tirados do blog trabalho sujo, do alexandre matias, que é um grande divulgador de mashups e tem um excelente texto sobre o assunto.

quinta-feira, 19 de março de 2009

legalização do aborto


Mídia viral realizada pelas Atuadoras como manifesto de solidariedade às mulheres que foram investigadas e processadas no Mato Grosso de Sul, suspeitas de realizarem aborto em clínica clandestina.

Feministas na UCLA



Vídeo produzido pelas Atuadoras e Kiwi Cia de Teatro na Universidade da Califórina, Los Angeles, novembro/2008, durante o seminário "Actions of tranfer: women's performance in the Americas".
Estivemos lá representando o Brasil com apoio da Secretaria de Políticas Especiais para as Mulheres (Ministério do Desenvolvimento Social). Durante o evento, perguntamos às pessoas na Universidade "Você é feminista?" - as respostas estão no vídeo.

quarta-feira, 18 de março de 2009

monika got the blues

pra quem não sabe minha "carreira artística" começou como dançarino. eu dançava numa companhia de street dance chamada unidade móvel, sobre a qual qq hora eu falo mais por aqui.
a monika bernardes é uma das únicas ex-integrantes da u. m. que continua dançando. coloco aqui um video da moça, misturando break com cabaré ao som da deliciosa idlewild blue do outkast. e outro dia eu subo um mashup que eu fiz dessa música com minnie, the moocher do cab calloway.

Prêmio Shell 2009





Silvana Marcondes, Sato e Júlio Dojcsar, da casadalapa, ganharam ontem o Prêmio Shell de Teatro 2009, de Melhor Figurino, por "O santo guerreiro e o herói desajustado", da Cia São Jorge de Variedades.

Parabéns!

citação nº 1



"em cinema não existe sangue, existe vermelho" (Jean-Luc Godard)

terça-feira, 17 de março de 2009

mindthegap























Inequality: mother of all evils?

Salve! Topei esses dias com uma pesquisa sobre desigualdade de renda no mundo.
Já abri procurando o Brasil na lista. Cadê?? tinha não... Situações extremas como a brasileira não entram. Na lista de 22 países pesquisados os americanos são os campeões da desigualdade, índice de 8,5. o q quer dizer q pra cada unidade de
renda ganha pelos 5% mais pobres, os 5% mais ricos levam 8,5 vezes mais. As conclusões são interessantes. Quanto mais desigual o pais, maior a população carcerária, maior o numero de doente mentais, mais adolescentes grávidas ; menor
o índice de leitura e menor a expectativa de vida. Sobrou até para os obesos: quanto maior a desigualdade, mais gente gorda, pois é... até aí... eu diria q nenhuma novidade.
O interessante é q esses dados não são válidos apenas para a fatia mais pobre.
Por exemplo, rico de pais rico porem desigual lê menos q rico de país rico como do Japão (o campeão da igualdade) ou da Suécia. E não para por aí, a medida q a desigualdade aumenta os números pioram em todas a camadas sociais. Em outras palavras, quantos mais desigual o país mais inculto o danado do rico é! menos ele vive, mais deprimido o infeliz se sente e até sua renda tende a ser menor do q o seu colega menos sovina. Dai caiu a ficha! e tudo começou a fazer sentido. A tal "elite burra" brasileira não é mera fantasia de mentes perversas! E levando em conta os índices estratosféricos da desigualdade brasileira chegamos a conclusão inevitável
que os 5% mais ricos devem beirar o retardamento mental. Entendemos tb pq o Rivotril (versão porrada do Lexotan) vende mais q Aspirina ou Vic Vaporub. E talvez até pq essa armadilha parece tão dificil de ser desarmada. O texto encerra com a frase: "More money won't fix broken Britain, but sharing the money could." Quanto tempo ainda vai levar até q todos entendam isso de vez???

ahh
ps: a foto aí já eh do trampo cidades (in)visíveis. vamos indo... vou mudar um
pouco meus posts aqui no blog. alias, acho q de devíamos pensar nisso seriamente. ta muito arquivão! to tb sentindo falta do resto do povo. o q houve? baixou a bola??

domingo, 15 de março de 2009

Parcerias casadalapa - Frátria Amada Brasil

Espetaculo do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos que recria a Odisséia, em 2006. Os caminhos cheios de obstaculos que temos que passar todo santo dia. Direção: Claudia Schapira
Com Claudia Schapira, Roberta Estrela D'Alva, Luaa Gabanini, Eugenio Lima, Thomas Miguez, Raphael Garcia, Jé Oliveira, Icaro Rodrigues, Dani Nega, João Araujo, Tatiana Lohmann, Bruna Paoli, Marcela Maita.

Direção de Arte [Espaço cênico e Cenografia] e Ilustrações: Julio Dojcsar
Adereços: Silvana Marcondes
Programação visual: Sato
Coordenação de produção: Maysa Lepique


















sábado, 14 de março de 2009

Frente 3 de Fevereiro - Copa da Cultura/Berlim 2006

Em junho de 2006, a Frente 3 de Fevereiro, a convite do Instituto Goethe e Ministerio da Cultura, participou da Copa da Cultura em Berlim, Alemanha, nos dias da abertura da Copa do Mundo. Foi feito um workshop com vários grupos de ação direta e arte-politica alemães, no qual decidiu-se pela confecção de nossa quarta bandeira: "Know Go Area". Em Berlim, em bairros como Lichtenberg, os neo-nazistas fazem parte do cotidiano da cidade. O governo alemão, na epoca da Copa do Mundo, aceitou publicamente que existem as "No Go Areas", lugares onde os imigrantes não devem andar desacompanhados, pois podem ser atacados. A placa "Know Go Area" foi colocada frente a uma casa de um reconhecido lider neo-nazi. E a bandeira foi aberta em 2 momentos: na passeata em homenagem a "Ermyas", jovem alemão, filho de etiopes, que fora espancado brutalmente por neo-nazis dias antes e, também, na FanParty, festa de abertura da Copa do Mundo, em frente ao portão de Brandenburgo, com a presenca de 1 milhão de pessoas. É isso ai. Vamos fazendo!